segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Primavera Árabe



Os protestos no mundo árabe são também conhecidos como Primavera Árabe, em alusão à Primavera dos Povos (1848), protestos que tomaram conta da Europa com o intuito de dar fim aos regimes monárquicos.
O movimento de revolta popular no mundo árabe foi iniciado em dezembro de 2010 por uma manifestação individual na qual um tunisiano ateou fogo ao próprio corpo protestando contra as condições de vida no seu país, desencadeou revoltas populares que geraram queda do regime de Zine el-Abdine Ben Ali, na Tunísia e Hosni Mubarak, após 30 anos no poder no Egito. Além dessas deposições, as manifestações se alastram alcançando a Líbia, quando Muamar Kadafi, no poder desde 1969, também cai, e no Iêmen Ali Abdulah é substituído por seu vice-presidente, Abd Rabbuh Mansur al-Radi.

       Tais acontecimentos mostram a determinação dos povos da região na luta contra a corrupção, o autoritarismo e a falta de oportunidades; mas também o envolvimento de forças ocidentais, sob o pretexto da autodeterminação dos povos, como no caso do envolvimento da OTAN na queda do ditador líbio.

Não tiveram cunho religioso. Elas foram, acima de tudo, democráticas e lutaram pela liberdade. Outro aspecto novo nessas revoltas foi o caráter tecnológico . As redes sociais serviram como forma de articulação e permitiram que o mundo visse o que estava acontecendo no mundo árabe.
A eclosão da Primavera Árabe,no final de 2010, recolocou de forma dramática um debate que percorreu o mundo e dividiu opiniões nas esferas da política internacional, das ciências humanas e mesmo da filosofia: a humanidade estaria ameaçada por um ”choque de civilizações”, que teria , como os principais polos antagônicos o “Ocidente”, de um lado, e o Islã, do outro. Para os advogados da teoria do “choque”, a Primavera Árabe está destinada ao fracasso, pois o Islã seria incompatível com a democracia. Para os seus adversários, não há nenhum “choque”, pois sequer existem “civilizações” como agrupamentos homogêneos e puros, e por isso a Primavera Árabe pode encontrar qualquer destino
Mas afinal, esses levantes populares geram de fato uma mudança regional rumo à estabilização interna, regularização da situação social e, por fim, integração regional?
       Os problemas que afligem o continente africano, como dependência econômica e conflitos étnicos e intolerância religiosa possuem fortes raízes históricas, além, claro, da apresentação de fatores semelhantes na Ásia. Tais problemas não deixaram de existir no pós-Primavera Árabe, o que gera certa dúvida quanto a uma harmonia na região que possibilite a integração futura de países como Líbia, Egito, Síria e Iêmen.

A situação econômica não ajuda na estabilidade interna dos países; as instabilidades causadas pelas revoltas que caracterizaram a Primavera Árabe comprometeram a comercialização do ouro negro, gerou queda do PIB regional de US$ 20,6 bilhões e prejuízos na conta pública de US$ 35,3 bilhões. A população, que já não contava com um suporte social por parte dos antigos governos, se veem numa situação delicada e as contas públicas em igual ou pior situação, uma vez que a arrecadação reduziu e os gastos públicos devem aumentar, numa forma de mostrar a preocupação dos novos governos com a situação social.
     Deve haver um questionamento de se, de fato, houve real mudança com a queda dos antigos regimes. O que se vê é que, se o povo ainda está submetido a influências políticas – externas aos países e de empresários, como é o caso do Egito, com o vice-presidente da Irmandade Mulçumana, partido islâmico eleito no Egito.

Se há realmente uma interação entre os países da Primavera Árabe ou os fronteiriços a eles esta é marcada de tensões, não apresentando perspectivas positivas de mudança. Não é visto sinal de integração regional, harmonia social interna tampouco interestatal. Por enquanto, o que podemos testemunhar de cooperação entre tais países é o Plano Tríplice que exige cooperação entre Líbia, Egito, Argélia, Sudão e entre outros países não para um objetivo de integrar tais países, mas puramente como uma maneira de tentar frear os problemas internos – que acabam ultrapassando as fronteiras e interligando-se – ao propor reforço fronteiriço para combater as milícias e o contrabando de armas que foi alimentado pelos saques realizados ao arsenal líbio, após a queda de Kadafi e podem somar-se ao arsenal do grupo Al-Queada.


terça-feira, 30 de outubro de 2012


Aspectos sociais 



O Oriente Médio apresenta-se como uma das mais complexas regiões do globo e desempenha, atualmente, um papel estratégico na Ásia.

Possui aproximadamente 240 milhões de habitantes, o que lhe dá, demograficamente, uma condição de mediana populosa. Os países do Oriente Médio de maior população são: Turquia e Irã. Suas respectivas populações somam cerca de 140 milhões de habitantes, percentual que ultrapassa, os 50% de toda a população do Oriente Médio.

Na região do Golfo Pérsico, existem países cuja população é bastante restrita. Se somarmos as populações do Catar, Bahrain, Emirados Árabes Unidos, Omã e o Kuwait, obteremos aproximadamente 8 milhões de habitantes.

A estrutura etária da população do Oriente Médio é composta em sua grande maioria por jovens. De acordo com os dados de 2007, praticamente todos os países dessa região da Ásia possuem uma restrita população idosa. Isso é explicado porque as taxas de natalidade são altas e a expectativa de vida é baixa. Esse aspecto não ocorre em Israel, uma vez que a população idosa acima dos 65 anos representa 10% de todos os habitantes do país.

Assim como a América Latina, grande parte dos países do Oriente Médio possuem IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) médio, salvo Israel, que a partir de 2006 passou a integrar o grupo de países de IDH elevado.

A religião predominando no Oriente Médio é o islamismo. Cerca de 70% da população é seguidora dessa religião, porém, são praticadas outras, como o cristianismo e o judaísmo. O cristianismo é praticado sobre tudo na Turquia e no Líbano, e o judaísmo em Israel. O Oriente Médio é berço das três principais religiões monoteísta do mundo: cristianismo, judaísmo e islamismo. A última é a religião que mais cresce no planeta.

                                                       Aspectos Políticos 


O Oriente Médio é uma região que se estende do mar Vermelho e do Suez, no Egito, até o Afeganistão. Sua área total é de 6229874 km³. É uma região formada por países de grande extensão territorial, como Arábia Saudita ( 2.240.000 km³) e de países com área bastante reduzida, como Bahrein (678 km²). A posição geográfica dessa parte do continente é muito especial, por ficar na confluência de três continentes - Europa, Ásia e África - com uma grande diversidade étnica que acabou conferindo à região expressiva riqueza cultural, marcada também por profundas diferenças ideológicas e religiosas. É especial também porque os maiores produtores mundiais de petróleo ficam nessa região, principalmente no golfo Pérsico.

O Oriente Médio abrange principalmente países árabes, localizados na península Arábica, na Mesopotâmia e no crescente Fértil. O Oriente Médio abrange, ainda, Israel e dois países mulçumanos que não fazem parte do mundo árabe: Turquia e Irã. O golfo Pérsico, ligado pelo estreito de Ormuz ao mar Arábico, funciona como um "mar interior" e separa a península Arábica do Irã.

Foi em função da sua localização estratégica e do petróleo (sua principal riqueza), o Oriente Médio tornou-se alvo de freqüentes e, muitas vezes, intensos conflitos, sofrendo constantes intervenções estrangeiras.

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918), os ingleses, interessados em expulsar os turcos do Oriente Médio, fizeram três promessas contraditórias. Para os árabes propuseram que, se eles lutassem contra os turcos, a Inglaterra daria a eles uma "grande nação árabe independente" sob o domínio da família hachemita. Em novembro de 1917, buscando seduzir os judeus para a causa aliada, firmaram a " Declaração de Balfour", onde se lia que Londres veria com bons olhos a criação de um " lar nacional judeu na Palestina" e , em 1912, já haveriam concluído com a França o "acordo secreto" Sykes- Picotes", pelo qual Londres e Paris dividiriam o Oriente Médio.

Foi somente ao final da Segunda Guerra Mundial que se consolidou o processo de independência dos países árabes no Oriente Médio. Porém, esse processo não significou o fim dos conflitos. Com o fim da Segunda Guerra eles continuaram a ocorrer, devido principalmente a formação do estado de Israel, aos fortes interesses das grandes potencias pela região(inclusive durante o período da Guerra Fria) e as dispultas internas pelo poder, que contribuiram para a deposição de governantes e alterações em regimes de governo.

Não se passa um dia sequer sem que o Oriente Médio ocupe espaço nos noticiários. Atentados de grupos terroristas, assassinatos de líderes políticos e religiosos, bombas, acordos de paz fracassados. Temas como estes, sempre nas manchetes, levam à fácil conclusão de que a região é um verdadeiro barril de pólvora. Mas qual a razão desse dia-a-dia conflituoso? Por que alguns povos da região se odeiam tanto? Quem são essas pessoas? Afinal, onde fica e o que é o Oriente Médio?

Antes de mais nada, é importante destacar que não há consenso entre historiadores e geógrafos acerca de quais países integram o Oriente Médio, essencialmente a parte de terra entre chamado de Oriente Próximo - nome dado por ingleses e franceses à parte da Ásia menos distante de Londres e Paris - e o Extremo Oriente (Leste Asiático). Porém, a maioria dos estudiosos considera como parte da região todos os Estados asiáticos mais próximos da Europa, além de Turquia e seis nações do nordeste da África.

Pode-se dizer, assim, que 20 países integram o Oriente Médio: Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Irã, Iêmen, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Síria e Turquia, além dos africanos Egito, Sudão, Líbia, Argélia, Tunísia e Marrocos.

VOCÊ SABIA QUE...
O Oriente Médio é do mesmo tamanho do Canadá (9,702 milhões de quilômetros quadrados), com um território praticamente todo desértico. A temperatura, durante o ano, pode variar entre 46º C no pico de calor e 18º C abaixo de zero nos dias mais frios. Os cerca de 350 milhões de habitantes da região vivem, basicamente, nos vales dos rios, das montanhas e nas costas marítimas, banhadas pelo mar Negro, mar Mediterrâneo, mar Vermelho, golfo de Aden, mar de Omã, golfo Pérsico e mar Cáspio.

Apesar dos árabes serem maioria, o grande número de etnias que o Oriente Médio reúne resulta também numa mistura de idiomas (árabe, hebraico, persa, curdo, grego etc.), crenças, religiões e valores. Isso ajuda a aumentar os conflitos.

No que diz respeito ao aspecto religioso, o Oriente Médio é importante por ser o berço das três religiões monoteístas do planeta: o
judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Jerusalém é a cidade sagrada para os judeus, islâmicos e católicos.

Essas nações tinham outros nomes e fronteiras na época do imperialismo mesopotâmico, persa e romano, na Antigüidade. Já na Idade Moderna, a região ficou submetida ao chamado Império Turco-Otomano para, depois da Primeira Guerra Mundial, dividir-se sob a influência da Grã-Bretanha e da França.

Desde dessa última época, quando começaram a se delinear fronteiras, tornaram-se evidentes os conflitos sociais, políticos e religiosos, além da disputa territorial. Sem identidade própria, e sem ter mais a quem responder, os povos, em sua maioria árabes, passaram a buscar espaço e direitos, originando diversos confrontos.

No entanto, segundo destaca o professor de Teoria Política dos cursos de Comunicação Social do Centro Universitário Municipal de São Caetano (IMES), Fernando Luiz, essa "idéia" de classificar a região do Oriente Médio como "tensa além do normal" é dos ocidentais.

"A tensão naquela região e em outras partes do mundo é histórica, tem motivos religiosos, mas antecede a era Cristã. A verdade é que nossa violência, com crianças de ruas e o tráfico de drogas, só é diferente, nem melhor nem pior", explica Fernando.

Portanto, a motivação religiosa existe, mas é muito simplista achar que ela é a única. Os conflitos, hoje, têm a ver com as conseqüências da descolonização (França e Grã-Bretanha) e as influências ocidentais. Os países do Oriente Médio são, em sua maioria, países em desenvolvimento, com grandes desafios a superar, injustiças sociais e discordâncias internas.

O principal conflito no Oriente Médio se dá entre palestinos e israelenses (saiba mais sobre o conflito israelo-palestino), e mistura disputas territorial e religiosa. Em um dos lados estão os palestinos muçulmanos (há palestinos de outras religiões), que querem todas as terras sagradas ocupadas por Israel para o Islã. Do outro, os israelenses judeus (também existem israelenses cristãos), que não querem abrir mão das terras reivindicadas pela Palestina.

Ajuda a esclarecer o nível de tensão do Oriente Médio dados do Banco Mundial. De acordo com a instituição financeira, das 14 nações do mundo que gastam mais de 5% do PIB (Produto Interno Bruto, as somas das riquezas de um país) - valor considerado altíssimo - com militarismo, sete estão no Oriente Médio. Outros números revelam que os 20 países encravados no Oriente Médio compraram 40% de toda a produção de armas dos Estados Unidos em 2001. O que isso significa? Evidencia o clima de tensão, afinal, o Oriente Médio é a região mais militarizada do mundo. Com exceção de Israel e Turquia, todos os seus países não são democráticos, têm ditaduras ou governos autoritários. Poucos comercializam entre si e poucos têm uma identidade coletiva que una seus cidadãos.

A INFLUÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS 

O professor de Teoria Política dos cursos de Comunicação Social do Centro Universitário Municipal de São Caetano (IMES), Fernando Luiz, destaca que é simplesmente "impossível dissociar", hoje em dia, a realidade política do Oriente Médio dos interesses dos Estados Unidos.

"O local se tornou influência norte-americana principalmente por conta da estratégia que visa a transformação de petróleo. O produto que transforma guerras locais em conflitos de interesse mundial", avalia.

Atualmente, o Oriente Médio reúne 70% das reservas mundiais do óleo. Os poços da região abastecem mais da metade das bombas de gasolina nos EUA. (Leia mais sobre o petróleo).

Rica miséria
Fora os conflitos étnicos e religiosos, a falta de dinheiro quase unânime agrava as diferenças sociais e estimula a revolta popular. Israel, com sua mesada anual dos EUA de US$ 3 bilhões, é o país mais rico, cuja renda per capita (por pessoa) ultrapassa os US$ 18 mil. Na outra ponta estão nações como o Iêmen, com renda inferior a US$ 350. Ainda segundo o Banco Mundial, metade dos países do Oriente Médio está entre os 30 mais pobres do mundo. Em quase todos esses países se tentou o desenvolvimento econômico através dos Estados e houve fracasso.

A pobreza, cada vez maior, faz com que milhões migrem todos os anos do campo para as cidades a procura de trabalho e oportunidades. Porém, não acham empregos. Em países mais ricos, a exemplo da Arábia Saudita, os mais abonados viajam para fora para estudar, mas ao retornarem à terra natal não encontram oportunidades.

Surpreendentemente, o Oriente Médio é literalmente um terreno rico. Estão na região 70% das jazidas de petróleo (leia mais sobre o petróleo da região) do mundo, produto que, hoje, é fundamental para o bom funcionamento de qualquer economia. Mas os petrodólares geralmente ficam concentrados nas mãos dos monarcas e outros dirigentes dos países.

                                                     Aspectos Econômicos 



Economicamente, a região desperta grande interesse mundial por sua magnífica reserva petrolífera, que fornece 1/3 do petróleo total consumido do mundo. Essa reserva encontra-se na dobra tectônica que se inicia na Mesopotâmia e se prolonga pelo golfo Pérsico, constituindo-se na mais importante área mundial de produção, exportação e reserva de petróleo.

A atividade econômica tradicional do Oriente Médio é o pastoreio nômade, destacando-se criação de carneiros, cabras e camelos que caracteriza a ocupação humana nas áreas desérticas.

A agricultura desenvolve-se na planície da Mesopotâmia, onde, por meio da técnica de irrigação, se cultivam frutas, arroz, trigo e cana de açúcar, e na região mediterrânea, onde se destacam culturas comerciais como oliveiras, fumo, figo e tâmara.

Nos últimos tempos, a agricultura tem se desenvolvido rapidamente devido a introdução de novos sistemas de irrigação. Um dos mais eficientes só se tornou possível por meio de abastecimento compartilhado de água. Um bom exemplo do êxito dessa iniciativa é o caso de Israel e da Jordânia, que compartilham as águas do rio Jordão.

A pecuária é bem difícil nas áreas desérticas, devido a falta da água e alimento para os animais. A maioria dos criadores é nômade, ou seja, não tem um local fixo onde possa desenvolver suas atividades. Mesmo com tantas dificuldades a criação de ovinos e caprinos é significativa nessa porção do continente. 

O artesanato, uma das atividades mais antigas da região, está presente em todo o Oriente Médio. Os tapetes feitos a mão por tecelões experientes são valorizados internacionalmente por sua qualidade e beleza.

O desenvolvimento econômico dos países do Oriente Médio, porém, pode ser verificado pela expansão da indústria e urbanização nas últimas décadas.





Oriente Médio: Entenda o conflito árabe-israelense



Os conflitos que hoje assolam o Oriente Médio têm diferentes motivos. O principal deles diz respeito ao território: israelenses e palestinos lutam para assegurar terras sobre as quais, segundo eles, têm direito milenar. Outra questão diz respeito à cultura e à imposição de valores ocidentais às milenares tradições orientais. Pode-se ainda mencionar o fator econômico - talvez o preponderante: potências capitalistas desejam estabelecer um ponto estratégico na mais rica região petrolífera do planeta. E ainda existe a questão política.

As tensões perduram há séculos. Expulsos da Palestina pelos romanos já no século 1 da Era Cristã, os judeus acalentaram durante séculos o sonho de retornar à "Terra Prometida", enfrentando todo tipo de discriminação e perseguição. Todavia, o território, durante sua ausência, foi ocupado por outros povos que, igualmente, sentem-se no direito de nele permanecer de modo autônomo.

Durante o domínio britânico sobre a região, os ingleses permitiram a compra de terras na Palestina por ricos judeus de todo mundo que começaram a reocupar a região. Essa maciça migração de judeus para a Terra Santa chamou-se Sionismo, em referência à Colina de Sion, em Jerusalém.

Os ingleses após a Primeira Guerra Mundial, comprometeram-se a ajudar os judeus a construir um Estado livre e independente em território palestino, buscando, assim, enfraquecer os árabes e conquistar vantagens econômicas na região. Entre os anos 1930 e 1940, intensificou-se consideravelmente a imigração judaica para a Palestina.

O descontrolado ingresso de judeus na Palestina acarretou sérios problemas já às vésperas da Segunda Grande Guerra: as áreas de assentamento judeu e palestino não foram delimitadas e grupos de características étnicas e religiosas tão diferentes tiveram que compartilhar o mesmo território, de onde resultam graves hostilidades entre ambos.

Com o holocausto promovido pelos nazistas durante a Segunda Guerra, a opinião pública, sensibilizada com os sofrimentos dos judeus, concordou com a criação de um Estado judeu na Palestina. A recém-criada Organização das Nações Unidas estabeleceu que a solução para os problemas do Oriente Médio seria sua prioridade, com a anuência dos Estados Unidos e da Inglaterra, interessados em estabelecer um aliado na região, já que não confiavam nos Estados árabes que a cercavam. Os palestinos, por sua vez, também almejavam a criação de um Estado independente em território palestino e, para isso, contavam com o apoio dos países árabes.

Em 1947, a ONU estabeleceu a divisão do território palestino entre judeus, que ocupariam 57% das terras com seus 700 mil habitantes, e palestinos, cuja população de cerca de 1,3 milhão de habitantes ocuparia os restantes 43% do território.

Com a retirada das tropas britânicas que ocupavam a região, começou, em 1948, uma guerra entre Israel e a Liga Árabe, criada em 1945 e que reunia Estados Árabes que procuravam defender a independência e a integridade de seus membros. A guerra foi liderada pela Jordânia e pelo Egito. Israel venceu o conflito e ocupou áreas reservadas aos palestinos, ampliando para 75% o domínio sobre as terras da região. O Egito assumiu o controle sobre a Faixa de Gaza e a Jordânia criou a Cisjordânia.

Em 1956, o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser declarou guerra a Inglaterra, França e Israel com o objetivo de assumir definitivamente o controle sobre o canal de Suez, em mãos europeias desde sua construção. Para isso contou com o apoio da União Soviética, país que, no contexto da Guerra Fria, apoiava todas as iniciativas de libertação nacional a fim de conquistar aliados para o bloco socialista. Durante o conflito, Israel ocupou a Península do Sinai, mas, devolveu-a logo em seguida, devido à pressão norte-americana.


Organização para a Libertação da Palestina (OLP) 
Para defender a luta palestina no sentido da criação de um Estado autônomo, foi criada a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), em 1964, tendo como líder Iasser Arafat. Nas fileiras da OLP, surgiu o Al Fatah, braço armado da organização que prega a luta armada e o terrorismo para destruir Israel. A OLP só recentemente foi reconhecida por Israel como representante dos interesses palestinos na questão territorial. Até então, quando havia negociações de paz, seus membros ingressavam em delegações de países árabes como Egito e Jordânia.

Em 1967, novo conflito eclodiu entre árabes e israelenses. Após a retirada das tropas da ONU que guardavam a fronteira entre Egito e Israel, soldados israelenses avançaram sobre a Península do Sinai, a Faixa de Gaza e as colinas de Golã. As sucessivas ocupações de Israel sobre áreas de população palestina obrigaram-na a refugiar-se em países vizinhos - sobretudo ao sul do Líbano - onde passaram a viver em condições subumanas, acarretando problemas para esses países. Além disso, a partir do sul do Líbano, a OLP, passou a bombardear alvos israelenses na Galileia, levando o Exército de Israel a realizar violentas operações de represália contra o território libanês a partir de 1972.

A OLP adotou o terrorismo como estratégia de luta contra Israel que, por sua vez, com amplo apoio das potências ocidentais, desenvolvia respeitável aparato bélico.

Como resposta às invasões israelenses de 1967, no feriado judeu do Yom Kippur (Dia do Perdão) de 1968, Egito e Síria desfecharam ataque simultâneo a Israel que revidou prontamente, vencendo as forças agressoras. Nas áreas que iam sendo ocupadas por Israel, principalmente em Gaza e na Cisjordânia, surgiram colônias judaicas protegidas por soldados israelenses. A estratégia visava consolidar o domínio sobre o território. Atualmente, mais de 170 mil judeus vivem em assentamentos nos territórios ocupados por Israel.


Acordos de paz 
Quando o presidente Anuar Sadat assumiu a presidência do Egito, assumiu uma postura de distanciamento da União Soviética e de aproximação dos Estados Unidos. Daí resultaram conversações de paz entre egípcios e israelenses que resultaram num acordo formalizado em Camp David, em 1979. Assinaram o acordo, sob os olhos do presidente norte-americano Jimmy Carter, o presidente egípcio, Sadat, e o primeiro-ministro israelense, o ultra-direitista, Menahem Begin. O acordo previa que Israel devolveria o Sinai para o Egito até 1982 e que em Gaza e na Cisjordânia nasceria uma "autoridade autônoma", da qual a OLP não participaria, e que governaria essas regiões por 5 anos, até a retirada definitiva de Israel. O acordo não agradou nem aos judeus instalados nas colônias do Sinai, de Gaza e da Cisjordânia, nem muito menos aos árabes que esperavam maiores concessões por parte dos israelenses. Por isso, Sadat, considerado por muitos, traidor da causa árabe no Oriente Médio, foi assassinado em 1981.


Intifada 
Na década de 1980, as negociações sobre o futuro do Oriente Médio não avançaram. De um lado, os árabes iniciam a Intifada, rebelião popular em Gaza, cujo estopim foi o atropelamento e morte de quatro palestinos por um caminhão do exército israelense, em 1987. Adolescentes, munidos de paus e pedras, enfrentaram, nas ruas, os soldados de Israel e o levante se alastrou. A repressão israelense foi brutal. Desde então, os choques entre palestinos e colonos nas áreas de ocupação israelense têm sido frequentes.

Em 1992, porém, a eleição de Itzhak Rabin, membro do Partido Trabalhista, para Primeiro Ministro de Israel, favoreceu a retomada das conversações de paz entre árabes e israelenses. Simultaneamente, Arafat, enfraquecido pelas dissidências internas a OLP, já adotava uma postura menos belicista e mais conciliadora.

A disposição de ambos levou-os, em 1993, a um encontro em Oslo, onde ficou decidido que, de forma gradual, Israel devolveria a Faixa de Gaza (área pobre onde se espremem 800 mil palestinos) e de Jericó, na Jordânia, para a administração direta e autônoma dos palestinos, apesar dos cerca de 100 mil colonos judeus ali instalados permanecerem protegidos pelo exército israelense.

Ao acordo, opuseram-se as facções palestinas hostis a Arafat, alegando que as concessões de Israel eram pequenas frente aos desejos dos palestinos, e os israelenses que habitam as regiões a serem devolvidas. Em 4 de novembro de 1995, durante um comício pela paz na Praça dos Reis, em Tel Aviv, um estudante judeu de 27 anos, membro de uma organização paramilitar de extrema direita, assassinou Itzhak Rabin.

As negociações de paz não avançaram depois da eleição de Benjamin Netanyahu, do Likud, partido de direita israelense, para o cargo de primeiro ministro. Netanyahu não estava disposto a fazer concessões aos palestinos. Todavia, em 1999, realizaram-se eleições gerais em Israel e o Partido Trabalhista, representado agora por Ehud Barak, foi reconduzido ao poder, reabrindo as negociações de paz para a região. O grande obstáculo nesse momento é decidir sobre a situação de Jerusalém, cidade sagrada tanto para judeus quanto para muçulmanos.

Todavia, em setembro de 2000, um episódio marcaria o acirramento das tensões entre palestinos e israelenses, quando Ariel Sharon, líder do Partido Conservador e principal expoente do conservadorismo judeu, "visitou" a Esplanada das Mesquitas em Jerusalém. O ato pareceu uma forte provocação aos árabes e deu início à "nova intifada". Ataques terroristas e confrontos diretos entre palestinos e israelenses tornaram-se cada vez mais frequentes, ameaçando perigosamente as conversações de paz.

A situação, porém, tornou-se mais violenta quando, no início de 2001, o mesmo Ariel Sharon foi eleito Primeiro Ministro de Israel, revelando o sentimento dominante entre os israelenses de não retomar as negociações para a criação do Estado Palestino enquanto durar a intifada.
Diante da violência dos atentados terroristas promovidos pelo Hamas e pelo Hezbolah, grupos extremistas árabes que pregam o extermínio dos judeus, as ações do exército israelense também têm sido cada vez mais cruéis, atingindo, inclusive, a população civil das regiões dominadas.


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

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