segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Primavera Árabe



Os protestos no mundo árabe são também conhecidos como Primavera Árabe, em alusão à Primavera dos Povos (1848), protestos que tomaram conta da Europa com o intuito de dar fim aos regimes monárquicos.
O movimento de revolta popular no mundo árabe foi iniciado em dezembro de 2010 por uma manifestação individual na qual um tunisiano ateou fogo ao próprio corpo protestando contra as condições de vida no seu país, desencadeou revoltas populares que geraram queda do regime de Zine el-Abdine Ben Ali, na Tunísia e Hosni Mubarak, após 30 anos no poder no Egito. Além dessas deposições, as manifestações se alastram alcançando a Líbia, quando Muamar Kadafi, no poder desde 1969, também cai, e no Iêmen Ali Abdulah é substituído por seu vice-presidente, Abd Rabbuh Mansur al-Radi.

       Tais acontecimentos mostram a determinação dos povos da região na luta contra a corrupção, o autoritarismo e a falta de oportunidades; mas também o envolvimento de forças ocidentais, sob o pretexto da autodeterminação dos povos, como no caso do envolvimento da OTAN na queda do ditador líbio.

Não tiveram cunho religioso. Elas foram, acima de tudo, democráticas e lutaram pela liberdade. Outro aspecto novo nessas revoltas foi o caráter tecnológico . As redes sociais serviram como forma de articulação e permitiram que o mundo visse o que estava acontecendo no mundo árabe.
A eclosão da Primavera Árabe,no final de 2010, recolocou de forma dramática um debate que percorreu o mundo e dividiu opiniões nas esferas da política internacional, das ciências humanas e mesmo da filosofia: a humanidade estaria ameaçada por um ”choque de civilizações”, que teria , como os principais polos antagônicos o “Ocidente”, de um lado, e o Islã, do outro. Para os advogados da teoria do “choque”, a Primavera Árabe está destinada ao fracasso, pois o Islã seria incompatível com a democracia. Para os seus adversários, não há nenhum “choque”, pois sequer existem “civilizações” como agrupamentos homogêneos e puros, e por isso a Primavera Árabe pode encontrar qualquer destino
Mas afinal, esses levantes populares geram de fato uma mudança regional rumo à estabilização interna, regularização da situação social e, por fim, integração regional?
       Os problemas que afligem o continente africano, como dependência econômica e conflitos étnicos e intolerância religiosa possuem fortes raízes históricas, além, claro, da apresentação de fatores semelhantes na Ásia. Tais problemas não deixaram de existir no pós-Primavera Árabe, o que gera certa dúvida quanto a uma harmonia na região que possibilite a integração futura de países como Líbia, Egito, Síria e Iêmen.

A situação econômica não ajuda na estabilidade interna dos países; as instabilidades causadas pelas revoltas que caracterizaram a Primavera Árabe comprometeram a comercialização do ouro negro, gerou queda do PIB regional de US$ 20,6 bilhões e prejuízos na conta pública de US$ 35,3 bilhões. A população, que já não contava com um suporte social por parte dos antigos governos, se veem numa situação delicada e as contas públicas em igual ou pior situação, uma vez que a arrecadação reduziu e os gastos públicos devem aumentar, numa forma de mostrar a preocupação dos novos governos com a situação social.
     Deve haver um questionamento de se, de fato, houve real mudança com a queda dos antigos regimes. O que se vê é que, se o povo ainda está submetido a influências políticas – externas aos países e de empresários, como é o caso do Egito, com o vice-presidente da Irmandade Mulçumana, partido islâmico eleito no Egito.

Se há realmente uma interação entre os países da Primavera Árabe ou os fronteiriços a eles esta é marcada de tensões, não apresentando perspectivas positivas de mudança. Não é visto sinal de integração regional, harmonia social interna tampouco interestatal. Por enquanto, o que podemos testemunhar de cooperação entre tais países é o Plano Tríplice que exige cooperação entre Líbia, Egito, Argélia, Sudão e entre outros países não para um objetivo de integrar tais países, mas puramente como uma maneira de tentar frear os problemas internos – que acabam ultrapassando as fronteiras e interligando-se – ao propor reforço fronteiriço para combater as milícias e o contrabando de armas que foi alimentado pelos saques realizados ao arsenal líbio, após a queda de Kadafi e podem somar-se ao arsenal do grupo Al-Queada.


Um comentário:

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